sábado, 5 de novembro de 2011

Entrevista com Thiago Balieiro

O Thiago é uma figura que desponta no cenário de T&D paulistano, com algumas características muito peculiares - e que fazem dele uma pessoa extremamente interessante e um profissional bem cotado. Amapaense, com 21 anos apenas, mora em São Paulo há cerca de dez meses, trabalha hoje na Catho Online e faz consultoria em educação pra executivos em três estados do País. Trás uma formação poderosa, uma experiência vasta pra idade dele e umas opiniões fortes, sempre bem humoradas. Confira:


BELRH: Você tem 21 anos, já escreveu um livro, já plantou uma árvore e hoje tem uma carreira bacana.. muita coisa pra tua idade, não?
Thiago: Todo mundo se assusta com a minha idade. Mas, ao contrário do que pensam, não fui precoce, não deixei de aprontar na adolescência, fiz um monte de maluquices - aliás, ainda faço. Só que nunca me dei ao luxo de pensar na carreira só depois. Pra mim, carreira sempre foi uma prioridade. Aí então comecei o meu processo...


BELRH: Que processo? Foi quando você descobriu o coaching?
Thiago: Processo de desenvolvimento profissional. Começou quando eu escolhi a faculdade, depois tomou proporções imensamente maiores quando eu conheci o coaching com a Sheila Trícia, minha ex professora e primeira Coach. Descobri que eu queria trabalhar com treinamento, decidi vir pra São Paulo e aí, investi pesado em conhecer pessoas, me conectar com gente que tinha mais experiência do que eu, ouvir, ver e sentir o que essa gente tinha de conselho pra me dar... Segui bons conselhos e fui me desenvolvendo, estudando, aprendendo e cá estou.


BELRH: Quem são essas pessoas? O que elas te disseram?
Thiago: Ah, mas é um monte de gente. Tive sempre a sorte de ter gente muito poderosa ao meu redor. Minha mãe, a maior coach de todas, entusiasta do meu sucesso incondicionalmente, aí vieram Geni Frota, Sheila Trícia, Beth Gonçalves, Arline Davis, ih, uma galera. Me disseram suas experiências, me alertaram sobre as realidades do mercado, e aí me indicaram livros, me apresentaram outras pessoas, etc.


BELRH: Um dia você falou que andava com medo de alguns coaches por aí e que não queria mais ser chamado de coach. Por que?
Thiago: Tem gente vendendo coaching e PNL como a saída dos problemas do mundo amém. Não é assim, todo mundo sabe. Esse papo de auto-ajuda, de libertação dos problemas, mais parece propaganda da Igreja Universal. Nada contra, mas não combina comigo. Trabalho com consultoria de desenvolvimento humano, treinamento ou atendimento, no intuito de empoderar as pessoas dos recursos que elas possuem pra resolver melhor seus problemas - não prometo acabar com eles. Quanto mais recursos a gente reconhece que tem, mais fácil a gente vai pra frente, em direção aos nossos planos. É nisso que eu acredito.


BELRH: E não quer ser chamado de coach?
Thiago: Se coaching é isso que esse povo tá vendendo, de ganhar R$ 2 mil reais por hora, de ser imbatível, inabalável e invencível, não, não quero. Me chama de consultor, até porque coaching por coaching não adianta nada. Tem que ser preenchido com a experiência do coach, com a bagagem do cara, há as formações complementares, há a vivência, tudo isso faz diferença e eu não faço coaching puro. Misturo meu conhecimento de treinamento, de pratictioner em PNL, de administrador, de um monte de outras coisas, pra aí então a salada ficar boa.


BELRH: Você sempre disse que sua paixão é mesmo a sala de aula...
Thiago: Sempre. Palestra eu curto, consultoria eu adoro, mas nada me dá mais tesão do que a sala de aula. Falar pras pessoas, ouvi-las, compartilhar vivências, presenciar os insights, tudo isso é muito lindo, é muito rico. Faz a gente evoluir como pessoa, como treinador. Depois de chegar em São Paulo e conhecer as pessoas que eu conheci, percebi que tenho ainda muito pra melhorar e tenho feito meus movimentos pra aprimorar a cada dia a minha técnica de sala de aula.


BELRH: E o que você tem feito pra aprimorar?
Thiago: Praticado, praticado e praticado, porque na Catho a gente ou está em sala de aula o tempo inteiro ou a gente tá trocando experiência com quem tá na sala. Temos uma puta equipe que se dá feedback o tempo inteiro, se avalia, se dá conselho, se ajuda, se elogia. A gente troca muito e isso é evoluir. Também tenho lido coisas novas. Estou estudando com carinho a literatura da Fela Moscovici e suas sábias considerações acerca do treinamento em grupo; tô vendo como vou encaixar o Psicodrama e a Gestalt Terapia de Alto Impacto nas minhas atividades... Ah, pra quem pensa muito como eu, é difícil não estar lendo três, quatro livros ao mesmo tempo..


BELRH: Pra finalizar, o que você diz pra todo mundo que quer entrar no mercado de T&D?
Thiago: Entrem. Tem muita gente ruim, tem muita gente fazendo barbeiragem, maluquice, macaquice. Se formem, sejam diferentes e façam bem feito. Tem lugar pra todo mundo que tá afim de fazer um bom trabalho, bem embasado, bem estruturado, sabe? E pensem que por trás de tudo há uma matriz de crenças e valores que permitem e motivam nossas ações. Tenham claramente o motivo de estarem entrando nesse mercado, porque se for só fama e grana, não houver paixão, tesão, melhor pensar em outra coisa.